3/04/2024
Câmara de Lisboa tinha como meta, até 2026, comprar 308 casas com um orçamento previsto de 77,3 milhões. Mas a consulta ao mercado ficou bastante aquém das expectativas.
Câmara de Lisboa foi, pela primeira vez, ao mercado para comprar casas para as incluir no programa de habitação acessível 1.º Direito. Mas sabe-se que dentro do prazo de 90 dias da consulta ao mercado, a autarquia recebeu apenas duas propostas de privados que estão a ser analisadas. Um número que fica bastante aquém das expectativas da autarquia liderada por Carlos Moedas, que traçou como meta, até 2026, comprar 308 casas no mercado com um investimento total de 77,3 milhões de euros.
Questionada pelo jornal ECO, a autarquia não confirma este número de propostas, mas assume que perante o cenário de “a aquisição ficar aquém do previsto por falta de oferta”, a verba prevista para a compra das casas vai ser canalizada para “reforçar frentes de forte investimento em curso, tais como a reconstrução de bairros municipais, construção e reabilitação de edifícios municipais”.
O valor oferecido pela autarquia para a compra dos imóveis deverá ter sido a principal razão para afastar propostas. Isto porque, o orçamento previsto de 77,3 milhões para comprar 308 casas resulta, em média, num preço de 251 mil euros por imóvel. Valor que fica bastante longe dos preços do mercado de habitação na capital, onde as casas são vendidas por preços bem acima do panorama nacional. Segundo os últimos dados do INE, no terceiro trimestre do ano passado, o preço das casas vendidas em Lisboa atingiu uma mediana de 4.167 euros por metro quadrado, 2,5 vezes acima da mediana nacional.
A consulta ao mercado decorreu entre 13 de outubro de 2023 e 4 janeiro de 2024 e eram elegíveis todos os imóveis “em condições de utilização imediata ou necessitados de obras de reabilitação ou de conservação”.
Fonte: eco.sapo.pt